1.     Paisagens cotidianas, territorialidades e práticas nos SELs

Abordar as ações locais e ações em rede enquanto possibilidades e alternativas para o fortalecimento das paisagens socialmente compartilhadas constituídas de múltiplos valores (ambientais, culturais, históricos, produtivos e de uso social), que sejam orientadas à preservação ambiental, ao exercício e à conservação de práticas e saberes tradicionais, ao combate à crise climática; evidenciar modos de vida e dinâmicas territoriais não hegemônicas trazendo a diversidade dos assentamentos humanos e formas de urbanização no país - crítica à visão eurocêntrica; abordar o papel dos Sistemas de Espaços Livres (SELs) na construção das paisagens cotidianas através das práticas e das múltiplas territorialidades dos diferentes coletivos humanos e não-humanos.

2.     Políticas públicas, SELs e paisagens

Abordar as políticas públicas, suas incidências e desdobramentos nos Sistemas de Espaços Livres (SELs) das cidades, caracterizando as dinâmicas e os processos de construção da paisagem; evidenciar os tensionamentos entre projeto, planejamento e gestão das paisagens e dos SELs; abordar metodologias, processos e escalas para a compreensão sistêmica da paisagem e dos SELs; abordar as infraestruturas e as técnicas aplicadas aos territórios, sobretudo periféricos, em que são reconhecidas as particularidades locais, ou se são adotadas soluções técnicas descontextualizadas e que antecedem os problemas.

3.     Paisagens e SELs periurbanos

Abordar as dinâmicas das paisagens rurais e periurbanas, caracterizando seus agentes, seus modos de habitar, os conflitos socioambientais, contrapondo às suas potencialidades; caracterizar as estruturas ambientais, as organizações socioeconômicas, as formas urbanas e suas fragmentações; reconhecer a diversidade epistemológica e ontológica presentes nas paisagens rurais e periurbanas e refletir sobre outras paisagens possíveis frente aos processos constitutivos dos territórios desencadeados na hegemonia da modernidade universal.

4.     Paisagens e paisagismo popular, criação coletiva dos SELs

Embora existam instrumentos e políticas públicas voltados para a participação social, seu alcance enquanto definidores dos territórios, sobretudo populares, apresenta limitações. Em que medida ações de Athis, programas de extensão, processos de escutas, em parceria com movimentos sociais, podem vir a configurar planejamento colaborativo de fato. Este eixo propõe reconhecer métodos, processos e ferramentas de planejamento participativo e colaborativo que orientem ao fortalecimento de paisagens e do exercício paisagístico de base popular, orientado à construção coletiva dos SELs e das paisagens.

5.     Paisagens e SELs, percepção e apropriação

Abordar as paisagens e os SELs através da dimensão simbólica, reconhecendo a diversidade de formas de apropriação e de percepção que se constituem nos diferentes modos de habitar determinado território. A integralidade da paisagem compreende aspectos imateriais associados as memórias, as tradições e as formas de representação cultural forjadas nos SELs, elementos fundamentais na construção da identidade de determinado coletivo. As relações entre os coletivos humanos e não humanos constituem paisagens apropriadas e percebidas por meio de ontologias e epistemologias próprias, o que amplia sua gama de significados possíveis.